quarta-feira, 6 de abril de 2022

Chapter ninety-nine

 Fomos pra dentro da delegacia depois de o Junior acenar e agradecer o carinho e fomos recebidos pela delegada Juliana Bussacos, que é a responsável por esse inquérito. Ela apertou a mão de todos e por último a minha
Juliana: Eduarda - estendeu a mão
Eduarda: oi Juliana - sorri de canto e apertei a mão dela
Juliana: nós adaptamos uma sala aqui no primeiro andar por conta do uso das muletas tá - disse ao Junior
Junior: obrigado - assentiu
Juliana: vamos lá?!
Davi: claro
Neymar: vou esperar vocês aqui tá - nós assentimos e ele se sentou em um dos bancos enquanto nós íamos pra sala
Juliana: essas são as promotoras que vão acompanhar o depoimento tá - fechou a porta da sala - Estefânia Paulin, Flávia Merlini e Katia Pinheiros Rodrigues - disse enquanto apontava para cada uma e nós as cumprimentamos com um aperto de mão também - podem se sentar - disse e ficamos em um impasse porque ao lado da cadeira do Junior havia só mais uma e as outras duas eram um pouco mais atrás. Nós nos olhamos e o Davi disse pra eu ficar ali, então assim eu fiz - bom Neymar, você vai me falar como tudo aconteceu desde o início e dentro da sua versão eu vou te fazer umas perguntas pontuais, ok?
Junior: ok - assentiu e respirou fundo
Juliana: então já pode começar contando a história e sua versão desde o primeiro contato com a denunciante - ele assentiu
Junior: bom, eu comecei a falar com ela no final de março - começou com os detalhes entre eles, em relação às conversas
Juliana: certo, então a princípio vocês nunca haviam se visto e as conversas eram só através do aplicativo?!
Junior: isso, porque nunca dava pra um ou pra outro, aí quando ela conseguiu, a gente marcou de se encontrar - ela assentiu enquanto o escrivão digitava tudo que o Junior dizia - e ela foi pra lá no dia 15, eu estava em uma festa com os meus amigos e combinei que encontraria ela depois - continuou contando
Juliana: então pra recapitular, depois da festa você foi até o hotel em que ela estava hospedada e ali foi o primeiro encontro de vocês?!
Junior: sim! aí nós conversamos um pouco, depois surgiu o clima e as coisas rolaram
Estefânia: Neymar, por favor seja mais claro na sua fala sobre as coisas rolaram - ele respirou fundo e esse foi o momento em que eu mais desejei estar longe daqui
Júnior: nós tivemos relações
Eduarda: consensuais - ratifiquei no automático
Junior: sempre! foram consensuais
Juliana: segue na sequência dos fatos, por favor
Junior: como aconteceu?! - perguntou um pouco alto
Juliana: não durante a relação, Neymar, nós precisamos saber o que e como ocorreu antes do ato em si
Junior: ah sim - disse mais calmo - a gente tinha entrado no clima, começou a se beijar - eu fechei os olhos e respirei fundo passando a mão no rosto - aí aconteceu o que acontece naturalmente
Flávia: o que acontece naturalmente?
Junior: um tirando a roupa do outro - eu estava começando a me sentir mal e me levantei da cadeira, o Junior me olhou e respirou fundo
Juliana: tudo bem, Eduarda? - eu assenti - pode continuar, Neymar
Junior: a gente foi pra cama, eu peguei o preservativo - fui até o filtro que havia na sala e coloquei um pouco de água pra mim
Juliana: então vocês usaram preservativo?
Junior: claro, eu tinha acabado de conhecer ela, não tinha motivos pra não usar - balançou os ombros
Juliana: certo, pode prosseguir - ele continuou falando e depois de eu ter me acalmado, voltei a sentar ao seu lado
Katia: e, Neymar, a denunciante afirma - deu ênfase na última palavra - que você insistiu pra que vocês mantivessem as relações sexuais sem o uso do preservativo e que diante da negativa dela você desferiu tapas nas nadegas da mesma
Júnior: não, como eu já disse, jamais faria isso! o único momento em que eu “bati nela” - fez as aspas com os dedos - foi durante as relações e com consentimento e pedido dela - eu olhei pro lado e mordi meu lábio inferior
Eduarda: nós inclusive temos laudos de três especialistas diferentes que confirmam que as marcas que ela apresentou posteriormente à viagem, são características de procedimentos estéticos - disse tirando os documentos da pasta e entreguei pra Juliana, que leu atentamente os três
Juliana: ok Neymar, me fala agora um pouco de como foi depois que vocês mantiveram relações e no dia seguinte - ele começou a falar, deu muitos detalhes, ainda mais coisas que eu não sabia e isso me deixou bem brava. Quando ele terminou, nós ainda acrescentamos alguns fatos e esses também foram colocados como complemento do depoimento
Eduarda: e eu acho que também conta o fato de eu estar aqui sendo uma dos representantes dele, não como ex parceira ou mãe do seu filho, mas como advogada e estando a frente de um projeto que acolhe e protege mulheres em situação de abuso ou agressão - as quatro assentiram - a doutora Juliana já me conhece por casos que trouxe até aqui e sabe que eu jamais passaria por cima da minha ética seja lá por qual motivo for - isso foi anexado ao depoimento e o Junior ainda acrescentou algumas coisas e depois de quase 5h nós terminamos tudo. Agradecemos, nos despedimos de quem nos atendeu, o Neymar se juntou a nós e saímos da delegacia. O Junior falou algumas poucas palavras com a imprensa, agradeceu o apoio de quem ainda estava ali e fomos pra van. Quando o Jaca deu partida o Davi e o Maurilio começaram a repassar tudo pro Neymar e eu fiquei em silêncio, ainda estava tentando assimilar tudo isso e o fato de não ter ficado sabendo de muita coisa
Junior: você tá brava? - perguntou mais baixo e eu o olhei
Eduarda: não fala comigo não, por favor - olhei pela janela
Junior: você sabe que a gente não tava mais junto quando aconteceu
Eduarda: tá bom, Junior - ele ficou me olhando e seguiu em silêncio. Agradeci mentalmente e encostei minha cabeça no banco da van. Fomos assim até chegarmos em Santos, mais precisamente no meu condomínio e dessa vez o Bigode abriu a porta. Me despedi de todos eles, menos do Junior, que ficaria aqui por conta do Henry, ele fez o mesmo e combinou que ligaria pro Jaca quando fosse embora.
Entramos na minha casa e a Milena estava balançando o Henry no carrinho. Ele estava quase dormindo, mas com o barulho das chaves ele acabou despertando e o Junior amou, já que aproveitaria mais ele.
Liberei a Milena e seguimos só nós três lá

Junior: é mesmo mano? o papai também tava com saudade de você - disse respondendo a “fala” do Henry enquanto estava em seu colo. Ele falou sua língua de novo e eles ficaram nesse “diálogo” por alguns minutos - você gosta de conversar com o papai né - o Henry fez um barulhinho e sorriu pro pai, que me olhou em seguida
Junior: você tá puta comigo? - ajeitou o Henry em seu colo e eu o olhei
Eduarda: não estou puta, estou irritada! e o que me irritou mais do que você não ter me contado que tinha acontecido e depois não ter me contado tudo, foi a sua burrice
Junior: eu sei que eu fui burro, me desculpa por isso
Eduarda: eu não tenho que te desculpar
Junior: tem sim, eu te coloquei no meio disso e sei que não tá fácil pra você
Eduarda: você devia ter me contado
Junior: Eduarda, eu te amo po, como que eu vou chegar pra mulher da minha vida falando que eu transei com outra e que essa outra tá me chantageando?! - eu passei as mãos no rosto - pra mim isso não fazia sentido e não era certo
Eduarda: o certo era deixar eu saber pela mídia né, ter o choque de cara já
Junior: eu já entendi que eu fiz errado Du, só não quero que você fique com raiva de mim
Eduarda: tá tudo bem Junior, só vamos esquecer tudo isso porque agora vão ter uns dias sem precisar entrar nesse assunto em qualquer lugar - ele me olhou e assentiu. Ele ficou aqui até o comecinho da noite, ainda comemos um lanche juntos (isso depois de ele tirar um cochilo com o Henry) e aí ele ligou pedindo Jaca vir buscá-lo. Nos despedimos, ele foi embora e eu subi com o Henry pra dar banho nele antes de dormirmos porque eu estava exausta [...] o amamentei pra que ele dormisse mais rápido e quando isso aconteceu eu fiquei conversando com o Caio pelo WhatsApp até cair no sono.

Santos, 15 de junho de 2019 (sábado)

Cadu: tem certeza que tá tudo aí né - disse pegando as coisas do Henry
Eduarda, tá, Cadu! já revisei três vezes e amanhã eu vou pra lá, não esqueci nada de essencial pra ele - o Cadu vai pra Mangaratiba hoje porque o Junior está lá com os meninos, a Bianca e a Ágatha também e ele vai levar o Henry. Sou louca de confiar? talvez, mas ele vai estar com o pai e eu confio nas minhas amigas, mas amanhã já vou pra lá! Só não vou hoje porque marquei de sair pra jantar com o Caio
Cadu: se esse moleque chorar de madrugada, mano - eu ri enquanto pegava o Henry no colo
Eduarda: ele não vai chorar! com o Junior ele dorme de boa, fora que não vai ser a primeira vez que ele vai dormir com o pai, amanhã de manhã eu vou estar lá, fica tranquilo
Cadu: beleza então - foi saindo com as coisas e eu fiquei na sala
Eduarda: se comporta lá com o papai, tá?! - o dei um beijo enquanto ele mexia no meu colar - amanhã a mamãe vai estar com você pra gente ficar coladinho de novo - o abracei mais forte
Cadu: não sei se você sabe, mas ele ainda é um bebê - eu o olhei
Eduarda: mas ele me entende! chato - ele riu
Cadu: dá meu sobrinho - estendeu os braços e o Henry se jogou - caralho - rimos
Eduarda: viu, ele entende tudo - sorri - te amo filho - o dei mais um beijo
Cadu: cuidado nesse teu rolê aí hein, tô de olho - eu revirei os olhos
Eduarda: tchau Cadu - dei um beijo nele - vão com Deus e me avisa assim que chegarem
Cadu: só vou passar pra pegar a Rafa antes - eu assenti e fomos indo pra fora. O ajudei a prender o Henry na cadeirinha, dei um último beijo nele e fechei a porta de trás
Eduarda: cuidado com o meu filho
Cadu: óbvio né ow, não sou maluco
Eduarda: acho ótimo - o abracei e ele me deu um beijo - vão com Deus
Cadu: fica com Ele - deu um beijo na minha testa - tchau e juízo - deu a volta no carro
Eduarda: eu tenho - ele mandou beijo, eu retribui e ele entrou no carro já dando partida e saindo dali. Fiquei com o coração apertado por ficar longe do Henry mas eu sei que também preciso sair um pouco da rotina de mãe e advogada apenas.
Entrei no meu quarto, separei a roupa que vou usar de noite, peguei o resto das coisas que usaria, coloquei na minha malinha e fui pra casa da minha mãe porque eu odeio estar sozinha. Toquei a campainha e ela mesma me atendeu

Ester: eles já foram? - perguntou quando lhe dei um beijo
Eduarda: sim, saíram agora a pouco - ela fez bico - é só ir comigo pra lá amanhã - sorri falso
Ester: chata - eu ri - entra logo - eu entrei e ela fechou a porta, meu pai estava na sala
Eduarda: oi senhor Otávio - coloquei minha mala no canto e fui até ele
Otávio: oi sumida - eu ri
Eduarda: você que tá - dei um beijo nele
Otávio: fiquei sabendo desse cara aí hein, ene jota tá ciente?
Eduarda: ciente de que? enquanto eu tava sofrendo aqui por ter terminado ele tava caçando alguém pra suprir as necessidades, ele tinha que estar ciente é da cilada que tava se metendo
Otávio: nossa, mas não precisava vir com tudo isso né - minha mãe riu
Eduarda: você é muito puxa saco dele, não dá - me sentei no sofá
Otávio: é que eu gosto de vocês juntos
Eduarda: eu também gostava, mas fazer o que né, nada dura pra sempre
Ester: é isso aí, agora é a vez do Caio, ele é um gato também - meu pai a olhou e eu ri - opinião sincera - levantou as mãos
Otávio: opinião que ninguém pediu - eu e minha mãe rimos. Ficamos nesse climinha, depois tomamos um café da tarde no capricho, recebi a mensagem do Cadu avisando que eles haviam chegado bem em Mangaratiba e depois eu subi pra começar a me arrumar. Deixei tudo separadinho e fui tomar meu banho [...] depois de fazer minha maquiagem e me vestir, coloquei meu sapato, acessórios e dei umas três borrifadas do meu perfume antes de pegar minha bolsa e sair do quarto já descendo a escada
Otávio: esse cara merece tudo isso? - perguntou assim que me viu e eu ri
Eduarda: fico agradecida só com a parte do elogio, tá?! - ele riu
Otávio: também te amo - eu ri e o mandei beijo
Ester: nossa, que linda - disse vindo da cozinha e eu a olhei sorrindo
Eduarda: ficou bom?
Ester: perfeito, filha - sorriu - o Caio vai ficar doidinho - eu ri negando
Eduarda: para com isso mãe - ela riu e eu ouvi uma buzina muito próxima, então deduzi que fosse o Caio porque deixei liberado na portaria do condomínio. Olhei pela janela e reconheci o carro dele - vou lá, ele chegou - fui dando beijo nos dois
Otávio: eu vou lá falar com ele - fez que ia levantar do sofá e eu o olhei
Eduarda: menos - ele riu
Ester: vai lá filha, aproveita e faz tudo que tiver vontade
Otávio: como você fala isso na minha frente? - perguntou a ela
Ester: ué, ela é livre e desimpedida - meu pai ia continuar mas eu não deixei
Eduarda: estou indo tá, peguei uma chave aqui, não precisam me esperar - disse guardando a mesma na bolsa - amo vocês - mandei beijo e já saí de casa. Caminhei por uns dois metros até chegar no Caio, que estava encostado no carro com as mãos no bolso - oi, perdão pela demora - o dei um beijo no rosto
Caio: relaxa, cheguei um pouquinho mais cedo - sorriu - você tá linda - disse me olhando de cima a baixo
Eduarda: obrigada - sorri
Caio: vamos?
Eduarda: por favor - assenti e ele abriu a porta pra mim, eu entrei depois de agradecê-lo e ele deu a volta já entrando no carro também - posso escolher a música? - o olhei
Caio: fica a vontade - disse dando partida e já saindo com o carro. Deixei em um sertanejo não muito alto e fomos conversando - e como você tá?
Eduarda: bem - sorri - um pouco mais leve depois dessa ultima semana, acho que as coisas estão melhorando - ele me olhou rápido
Caio: que bom, você fica mais bonita sem aquela cara de preocupação mesmo - eu ri negando
Eduarda: mas e você, como está?
Caio: bem também, melhor agora, colocando o primeiro encontro em prática - eu ri
Eduarda: já falei pra você esquecer isso - ele riu
Caio: depois de hoje eu esqueço - rimos. Continuamos conversando e em menos de duas horas nós chegamos no restaurante, que era na capital. Depois de entrarmos, fomos guiados até uma mesa mais reservada e nos sentamos - você tá podendo beber? - me olhou
Eduarda: como eu não vou amamentar o Henry, sim - assenti - mas e você?
Caio: acho que uma taça de vinho antes de jantar não vai ser ruim né - me olhou
Eduarda: é, eu acho que não - ele sorriu
Caio: posso pedir então enquanto a gente escolhe os pratos?
Eduarda: claro - ele chamou o garçom, ele nos atendeu e o Caio pediu um vinho que ele conhecia, mas que eu nunca havia tomado. Depois olhamos o menu do restaurante, escolhemos, ainda pedi pra ele tirar uma foto minha e quando o vinho chegou nós já pedimos as entradas e os pratos principais. Estávamos conversando sobre algumas coisas aleatórias e meu celular começou a tocar, era o Júnior, então atendi rápido por conta do Henry - oi - o Caio me olhou
Junior: oi Du, tudo bem?
Eduarda: tudo e você?
Junior: eu to bem, mas é que... o Henry começou a chorar tem uns vinte minutos e não para, não sei mais o que fazer - eu pensei em algumas possibilidades pra essa irritação do Henry
Eduarda: deve ser os dentinhos que estão nascendo e ele fica chatinho mesmo, Júnior - olhei pra minha mão - eu coloquei na bolsa dele a pomadinha pra passar na gengiva, ela alivia a dor e a coceira, passa um pouquinho e me avisa se não resolver
Junior: mas tá em que lugar?
Eduarda: na parte que tem as coisinhas de higiene dele né - falei o óbvio - nessa bolsinha do compartimento de fora - falei já sem paciência porque saquei a real intenção dele - eu preciso desligar tá, estou ocupada! se ele não parar você me liga de novo
Junior: tá, mas será que é isso mesmo?
Eduarda: é Junior! você vai ver - não prolonguei muito - até amanhã, beijo
Junior: tá, beijo - desliguei e o Caio estava me olhando
Caio: acha que foi de propósito? - riu e eu o olhei - ele sabe que a gente ia sair?
Eduarda: sabe e eu tenho quase certeza que foi de propósito - ri fraco - só preciso confirmar, espera só um pouco
Caio: tranquilo - riu e eu entrei no WhatsApp pra falar sobre com a agatha, só perguntei sobre o Henry e a resposta foi “amiga, ele chorou só a uns trinta minutos atrás, mas era a gengiva né, pq o Ney já tinha dado a comida dele e banho, aí passei a pomada que vc tinha dito aquela vez”. Como confirmei o que havia pensado, só a agradeci e me despedi - e aí? - perguntou me olhando
Eduarda: foi de propósito - confirmei e ele riu fraco
Caio: se você não estiver se sentindo bem ou estiver desconfortável por isso a gente pode ir embora tá
Eduarda: claro que não, jamais faria isso, eu estou bem - sorri - juro, fica tranquilo
Caio: ótimo então - disse e nossos pratos chegaram. Nós comemos em meio a algumas risadas, já que o Caio ficava falando sobre os “looks” de alguns clientes do restaurante - bom, acho que a gente já pode programar o próximo esquadrão da moda né - eu ri negando
Eduarda: para de zoar os outros, aquela senhora percebeu quando você falou do vestido dela
Caio: claro, parecia aquelas colchas de cama de vó - eu ri enquanto pegava um pouco do meu mousse
Eduarda: você é péssimo, Caio! - ele riu
Caio: pelo menos você tá se divertindo né - tomou um gole da água enquanto me olhava
Eduarda: vou ser castigada por sua culpa - rimos
Caio: a gente faz companhia um pro outro - riu. Terminamos nossa sobremesa, ele não aceitou rachar a conta, então o mesmo pagou, pegamos nossas coisas e fomos buscar o carro

Junior on
Eu tava aqui com o Henry e o pessoal, mas a cabeça lá na Eduarda. Acho que a pior coisa que ela fez foi justificar que não viria porque ia sair com aquele cara de novo. Tudo bem que eu fui otário em insistir pra ela dar um motivo, mas porra, eu tava acreditando que eram só amigos. Depois que liguei pra ela tentando atrapalhar aquela porcaria de jantar eu fiquei com a maior cara de palhaço porque a Agatha contou que a Eduarda perguntou do Henry e que ela contou sobre a pomada, ou seja, ela já sabe que liguei sem motivo algum. Ou por um motivo ridículo. Igual eu.
Fui arrumar minha cama pra colocar o Henry lá e o Gustavo tinha subido comigo, então aproveitei pra contar minha trapalhada pra ele

Gustavo; porra ene jota, aí tu tá de sacanagem né
Junior: ah Novo, é foda saber que ela tá com outro cara lá
Gustavo: irmão, eu te entendo, mas isso não te dá o direito de tentar estragar o lance dela com o cara
Junior: e eu vou fazer o que, Gustavo?
Gustavo: deixa ela viver mano, tu não viveu do jeito que quis e deu a merda que deu? ela tá voltando a viver agora po, ficou esse tempo todo presa pelo sentimento que tem por você e agora ela resolveu sair disso! para de pensar só em você e pensa nela irmão, a Duda tá sendo forte pra caralho passando por cima das paradas que estão doendo nela só pra poder te ajudar - eu fiquei o olhando - ela podia meter o foda-se pra ti mesmo acreditando na sua inocência, ela não tinha obrigação nenhuma de entrar nessa parada com você - eu pensei um pouco e assenti - eu sei que você ama ela e que ela também te ama, mas não dá pra tu querer que as coisas aconteçam só em torno de você mesmo
Junior: eu sei disso, mas porra, é difícil pra caralho tudo isso - respirei fundo - eu sei que a culpa de afastar as chances de uma volta nossa é minha, mas eu não consigo lidar com o fato de saber que ela tá saindo com alguém
Gustavo: difícil demais saber que quem a gente ama tá saindo com alguém né, imagina ela sabendo que você saiu com alguém, transou com alguém, falou coisas pra alguém, imagina ela sabendo detalhes da tua foda com alguém
Junior: porra, tu não vai aliviar nem um pouco? eu sei que o otário da história sou eu, o burro da história sou eu, mas eu só queria que ficasse tudo bem e as coisas voltassem ao normal
Gustavo: caralho, como eu vou aliviar um bagulho que você não tá vendo que tá sendo pensando errado? uma hora vai ficar tudo bem e as coisas vão voltar ao normal irmão, tu só não pode acelerar esse processo pra benefício próprio, deixa as coisas se ajeitarem sozinhas
Junior: e enquanto isso eu fico aqui esperando né
Gustavo: e sem fazer merda, de preferência - o encarei e ele riu - tu sabe que eu te amo, mas to jogando a real
Junior: pior que eu sei mesmo - ele bateu na minha mão e nos abraçamos
Gustavo: tu sabe que eu só não fico no teu lugar porque não dá, mas a visão das coisas eu posso te passar
Junior: te amo irmão - dei um tapinha nas costas dele e nos afastamos
Junior off


O Caio parou o carro em frente à casa dos meus pais e eu soltei meu cinto
Caio: está entregue - sorriu me olhando e eu retribuí
Eduarda: obrigada pelo jantar no nosso primeiro encontro - rimos - eu amei nossa noite, de verdade - ele sorriu de novo
Caio: que bom que você gostou, porque eu já quero mais vezes - também soltou seu cinto
Eduarda: e por que não né?! - sorri e ele ficou me olhando
Caio: será que vai ser muito ruim eu te beijar no primeiro encontro? - eu ri fraco e meu coração acelerou, mas acho que eu estava preparada pra dar esse minúsculo passo de evolução na minha vida não amorosa
Eduarda: eu acho que não vai ser nem um pouco ruim - sorri e ele retribuiu já colocando a mão na minha nuca. Ele sorriu e eu fechei os olhos quando senti sua respiração bem próxima do meu rosto. Deixei rolar e iniciamos o beijo. De início foi meio estranho por motivos de: outra boca! mas depois as coisas fluíram e eu aproveitei o beijo até o último momento, que foi quando ele me deu um selinho e eu sorri
Caio: porra, você não sabe o quanto eu tava com vontade de fazer isso - eu ri negando e o dei um selinho demorado
Eduarda: que bom que fez então né - balancei os ombros e ele me deu um beijo rápido - agora eu vou entrar porque preciso dormir
Caio: vai lá e obrigado por essa noite - eu sorri
Eduarda: não precisa agradecer - o dei um selinho - tchau
Caio: tchau - segurou meu rosto e me deu um último beijo
Eduarda: me avisa quando chegar - ele assentiu - agora tchau de verdade - abri a porta e antes de eu sair do carro ele me puxou me dando mais um selinho em seguida - tchau Caio! - o empurrei e rimos enquanto eu saía do carro - cuidado!
Caio: pode deixar! beijo - acenou
Eduarda: beijo - fui pra casa dos meus pais e só depois de eu abrir a porta ele saiu com o carro. Entrei em casa e como já não tinha ninguém ali embaixo, subi direto pro “meu” quarto















Mais ummm!
Obrigada pelos comentários do ultimo cap., continuem assim!
Beijos 😘