Chapter thirty six (bônus)

Marcelo: mano, a Duda bateu o carro - disse com a voz tremula e eu me sentei na cadeira com uma das mãos na cabeça
Gustavo: o que aconteceu? - eu fiz sinal pra esperar, eu não conseguia falar nada, parecia que tinham roubando minha voz, não saia nada, igual em pesadelo, sabe?! que tu quer gritar mas não consegue. Eu tava assim
Marcelo: Neymar, tá aí?
Junior: t-to - me levantei e sai da sala, percebi que os meninos estavam vindo atrás de mim - como foi isso? onde ela tá? tá machucada? só me fala que ela tá bem pelo amor de Deus - eu ouvi barulho de sirenes ao fundo
Marcelo: eu não sei, ela ainda tá no carro, a ambulância acabou de chegar aqui, ela perdeu o controle do carro e bateu, eu não sei como
Junior: mas, mas me fala se ela tá bem porra, eu quero saber dela - disse nervoso - ela tá acordada? - subi as escadas indo pro meu quarto
Marcelo: ela tá desacordada mano, espera aí Neymar... é Eduarda o nome dela - falou com alguém lá e eu fui trocando de roupa
Junior: me fala pra onde vão levar ela e eu vou pra lá, você já falou com alguém da família dela? - peguei meus documentos e desci pra sala, os caras estavam de pé me olhando
Marcelo: eu avisei o Otávio - ele respirava rápido - cuidado, ela tá grávida, pra onde vocês vão levar? - ouvir essas coisas estava me deixando pior ainda, eu negava e passava a mão na cabeça - eles vão levar ela pro hospital imigrantes - falou comigo
Junior: tá, eu vou pra lá agora, vai junto com ela, por favor - parei um pouco - não deixa acontecer nada com ela - sequei meu rosto
Marcelo: eu vou colocar as coisas dela no meu carro e vou junto na ambulância, fica tranquilo
Junior: obrigado mano - nem esperei ele responder e desliguei
Gil: o que aconteceu com ela?
Junior: não sei, ele disse que ela perdeu o controle e bateu o carro, eu to indo pro hospital que vão levar ela - peguei a chave do carro
Gustavo: me dá essa chave, você não vai dirigir assim - pegou a chave da minha mão
Junior: Gustavo, pelo amor de Deus, eu preciso ver ela - voltei a chorar
Jota: a gente vai junto mano, tu não vai sozinho não - pegou a carteira
Gil: vou também, bora - fomos saindo
Ricardo: vai dando notícias pra gente
Gustavo: beleza - saímos de casa, ele já desalarmou o carro, entrei com ele na frente, Gil e Jota atrás e o Gu arrancou com o carro. Saímos do Acapulco e parecia que eu ia desmaiar de tanto que meu peito ardia, meu coração tava a ponto de parar
Junior: corre com essa porra Gustavo - bati no painel do carro
Gustavo: se eu correr mais tu vai levar multa pra caralho
Junior: que se foda multa, pisa nessa porra - ele acelerou e parecia que o carro ia sair voando. Eu fui o caminho inteiro chorando e pedindo pra Deus não deixar que nada acontecesse com ela e nem com o bebê
Junior off

Marcelo on
A Duda corria pra caramba, já me acostumei com esse jeito dela de dirigir, mas hoje ela estava correndo mais e eu me preocupei porque sei que é por conta de mais uma ameaça, ainda buzinei pra tentar fazer ela reduzir, mas não adiantou, então tive que acelerar pra continuar numa distância pequena. Vi que tinha um carro correndo exatamente na mesma velocidade que ela, bem do lado e meio que fez que ia jogar o carro pra cima dela, nessa hora vi o carro dela indo pro lado e batendo na mureta em seguida
Marcelo: Duda! - freei o carro com tudo, desci do mesmo e corri até o carro dela - Duda - bati no vidro e vi que a porta estava destravada, então a abri - Duda, fala comigo - ela estava desacordada - merda! - coloquei a mão na carótida dela pra ver se tinha pulso e, apesar de fraco, estava ali. Pararam alguns carros ali e enquanto eu ligava pra pedir uma ambulância, alguns curiosos só olhavam. Depois de pedir a ambulância, liguei pro doutor Otávio, tentei falar com calma, mas ele já percebeu a gravidade, disse que ia buscar a dona Ester pra contar pra ela e que era pra eu mandar mensagem falando pra onde levariam ela. Depois de desligar ouvi o celular dela tocando dentro do carro, peguei o mesmo e estava escrito “Júnior ♥️”, deduzi que fosse o Neymar e atendi, falei com o mesmo, tentei tranquiliza-lo e a ambulância chegou ali. Perguntei aos paramédicos pra onde a levariam, falei ao Neymar e ele disse que iria pra lá. Desliguei e fui pegar as coisas dela - espera só eu tirar as coisas dela do carro
paramédico 1: dois minutos, a gente tem que sair daqui - chegaram duas viaturas da polícia civil e eu fui até o carro, peguei a pasta, bolsa e a chave da casa dela. Deixei a pasta no meu carro, travei o mesmo e fui indo pra ambulância com a bolsa dela
policial: senhor, por favor, preciso de alguém pra descrever o que houve aqui
Marcelo: eu tenho que acompanhar ela, sou o segurança, o nome dela é Eduarda Bittencourt, filha do doutor Otávio e doutora Ester Mendes - ela é conhecida assim nos tribunais - irmã do Carlos Eduardo Bittencourt
policial 2: é a Duda?! - eu sei dar referências né, eles conheceriam alguém da família
Marcelo: é, é a Duda, posso ir?
policial 2: vai, nós vamos pegar seu depoimento no hospital - eu assenti e corri pra ambulância, eles fecharam a porta e nós saímos de lá
Marcelo off

Junior on
O Gustavo quase que literalmente voou até o hospital. Chegamos lá, botei o boné, entramos e passando pela recepção eu já vi o seu Otávio com a Ester
Junior: como ela tá? - eles me olharam e os dois estavam com o rosto molhado
Ester: Junior - a sogra me chama assim agora - que bom que você veio - veio até mim e eu a abracei, percebi que ela começou a chorar e eu não consegui segurar - a gente ainda não sabe de nada, eles levaram ela lá pra dentro e falaram que vão nos atualizando - desfez o abraço
Junior: ela tem que ficar bem - tentei secar meu rosto, mas foi em vão
Otávio: Ney - apertou minha mão e nos abraçamos - ela vai ficar bem, a Duda é forte
Junior: ela é - nos soltamos e os meninos cumprimentaram eles
Otávio: obrigado por ter vindo moleque - bateu no meu ombro e secou o rosto
Junior: é minha obrigação - funguei e vi o Marcelo vindo com dois copos na mão
Marcelo: e aí Neymar - apertou minha mão depois de entregar os copos aos meus sogros
Junio: obrigado mano - dei um meio abraço nele
Marcelo: meu trabalho cara - foi falar com os meninos
Junior: cadê o Cadu?
Ester: ele estava em operação, deve estar chegando - eu assenti
Otávio: vou conseguir umas etiquetas ali pra vocês - apontou pra recepção, eu assenti e ele foi lá. Não vou precisar me identificar e correr o risco de me reconhecerem aqui. Ficamos ali esperando e nada de aparecer alguém pra dar notícias, eu já estava entrando em desespero
Júnior: que merda, ninguém fala nada - disse alterado
Gustavo: calma mano, ficar assim não vai adiantar nada
Cadu: cadê ela? - chegou ali chorando e ainda estava fardado
Ester: calma filho, ainda não temos notícias
Cadu: como não tem notícia? vai fazer uma hora que ela tá aqui caramba
Otávio: Carlos, calma, não adianta se alterar, eu já fiz o que pude aqui, a gente tem que esperar, filho - abraçou ele e aí que o Cadu chorou mesmo
Cadu: não pode acontecer nada com ela pai
Otávio: não vai Cadu, não vai - vi que a Ester voltou a chorar, então fui pro lado dela e a abracei
Ester: eu só quero saber como ela tá
Junior: calma - dei um beijo na testa dela - Jô - falei com o Jota e ele me olhou - avisa a mãe - ele assentiu pegando o celular e eu olhei pro Gustavo - falou com a Ágatha?
Gustavo: falei, ela vai vir pra cá com a Bianca - eu assenti e a Ester se sentou com as mãos na cabeça
Junior: você tá bem?
Ester: só quero saber dela - eu fiquei em silêncio
Cadu: não foi acidente né - falou pro Marcelo e eu olhei pra ele - foi aquele cara, eu tenho certeza que foi aquele filho da puta - deu um tapa na parede, se foi esse cara eu mesmo vou querer matar ele
Marcelo: Cadu, eu não posso afirmar, mas - fez uma pausa - hoje ele ameaçou ela de novo - eu encarei ele
Otávio: ameaçou como?
Marcelo: ele mandou flores pro escritório e disse que - ele olhou pra Ester e foi mais pra perto do Otávio e do Cadu, eu me aproximei junto - ele disse que era pra jogar por cima do caixão dela - ouvir isso me fez sair de órbita, se foi ele que fez isso com ela ele vai ter que pagar
Cadu: eu sabia! - falou alto - eu vou matar esse desgraçado pai, eu vou matar ele - apontou pro Otávio
Otávio: a Eduarda não vai ficar mais com esse caso!
Marcelo: eu só não sei se ele teve algo a ver diretamente com o que aconteceu, porque foi estranho, ela tinha como ter freado o carro antes de bater, o carro dela se você encostar no freio ele para, é muito sensível, ia dar tempo - eu fiquei prestando atenção no que ele falava e concordei, realmente a frenagem do carro dela é muito imediata. Em um momento eu fiquei inerte, não ouvia e nem via nada. Só despertei quando um funcionário do hospital apareceu ali
funcionário: familiares da paciente - olhou na ficha - Eduarda Bittencourt - nos olhou e deu pra perceber que ficou surpreso de me ver ali
Ester: eu sou a mãe dela, como ela está? - voltou a chorar








Está extremamente pequeno? sim
Eu ia postar hoje? não, mas eu estava aqui, sem fazer nada, cabeça na lua, aí pensei "ovô posta" e postei 😝
Encarem esse cap como um bônus e não como uma postagem mesmo, porque só postei pra agradar vocês nesse fim de sábado/inicio de domingo. No próximo eu paro com o mistério sobre o que houve com a Duda.
Beijos e comentem bastante 😘